UMN dá início as Actividades Académicas e Científicas de 2016
O Magnífico Reitor da Universidade Mandume Ya Ndemufayo Professor Doutor Orlando Manuel José Fernandes da Mata, interveio na Aula Inaugural do Ano Académico 2016, cerimónia que marcou o início das actividades académicas e científicas na Universidade Mandume Ya Ndemufayo.
Neste ano e pela primeira vez, o evento foi co-organizado pela UMN e pelo ISCED-Huíla as duas Instituições do Ensino Superior Públicas que formam a Região Académica VI, no âmbito do cumprimento do calendário académico 2016, oficialmente aberto no pretérito dia 29 de Fevereiro de 2016, na cidade do Sumbe, em acto presidido por sua Excelência, Professor Doutor Adão Gaspar Ferreira do Nascimento, Ministro do Ensino Superior.
O mais alto Titular Executivo do Órgão de Gestão da UMN começou por enaltecer a presença de sua Excelência o Senhor Governador Provincial da Huíla, MSc. João Marcelino Tyipinge, por ter aceitado o convite para ser o prelector da Aula Inaugural que teve como Tema - Ensino Superior: Importância e Desafios Para o desenvolvimento Socio-económico e Cultural Sustentado da Província da Huíla.
Magnifico Reitor da UMN fez uma abordagem da realidade actual da Instituição nas suas várias áreas.
CRIAÇÃO E REDIMENSIONAMENTO DA UMN
O Decreto nº 5/09, de 7 de Abril, cria a Região Académica VI compreendendo as províncias do Huíla, Namibe Cuando Cubango e Cunene.
O Decreto nº 7/09, de 12 de Maio, estabelece a reorganização da rede de Instituições de Ensino Superior Públicas, cria as novas Instituições de Ensino Superior e redimensiona a Universidade Agostinho Neto.
À luz dos supra mencionados decretos, a Universidade Mandume Ya Ndemufayo passou a integrar a região académica VI, compreendendo as províncias da Huíla, Namibe, Cuando Cubango e Cunene.
O Decreto Presidencial nº 188/14, de 4 de Agosto, cria a Universidade Cuito Cuanavale na Região Académica VIII que integra as províncias do Cuando Cubango e Cunene, redimensiona a Universidade Mandume Ya Ndemufayo na Região Académica VI, compreendendo actualmente as províncias da Huíla e Namibe.
A nossa Instituição funciona com 3 Faculdades, 1 Instituto Superior Politécnico e 2 Escolas Superiores, congregando Departamentos de Ensino e Investigação e ministra 25 cursos de licenciatura e 1 curso de mestrado.
PERSPECTIVAS DE CRIAÇÃO DE NOVAS UNIDADES ORGÂNICAS
Estão por criar, na Huíla a Faculdade de Medicina Veterinária, Faculdade de Engenharia e o Instituto Superior de Hotelaria e Turismo.
No Namibe: as Faculdades de Ciências Sociais, Engenharia e o Instituto Superior de Ciências da Saúde
Esta organização tem permitido à Universidade Mandume Ya Ndemufayo assegurar a gestão dos processos que conformam uma instituição de ensino superior, particularmente os inerentes as áreas académica e vida estudantil, investigação científica e pós-graduação, extensão e cooperação, bem como, administração e gestão.
INOVAÇÕES NA ÁREA ACADÉMICA E VIDA ESTUDANTIL
No que tange a área académica e vida estudantil, no ano académico 2016, assinalamos com particular realce, a adopção de um novo formato de exames de acesso, condensados nas seguintes quatro áreas de conhecimento: Ciências Sociais, Ciências Biológicas e de Saúde, Ciências Exactas e Engenharias, assim como, Magistério Primário.
Os objectivos da adopção deste novo modelo de exame único foram:
- Melhorar a organização e o acompanhamento do desempenho dos candidatos;
- Identificar as instituições de proveniência, bem como, aferir, com exactidão, o número de inscrições e de candidatos.
NÚMEROS DOS EXAMES DE ACESSO
Assim, para um total de 1639 vagas, concorreram 6.349 candidatos e foram efectuadas 6.633 inscrições, cuja distribuição percentual por área de conhecimento foi a seguinte:
- Ciências Sociais 46,1 %
- Ciências Exactas e Engenharias 25.78 %
- Ciências Biológicas e de Saúde 21.78 %.
- Magistério Primário 06.39 %
Foram admitidos 1.639 candidato por área de conhecimento, apresentaram a seguinte distribuição percentual:
- Ciências Sociais 34.9 %;
- Ciências Exactas e Engenharias 47.83 %;
- Ciências Biológicas e de Saúde 13.61 %.
- Magistério Primário 03,66 %
A cobertura da relação oferta versus demanda foi:
- Ciências Sociais 19.34 %;
- Ciências Exactas e Engenharias 47.52 %;
- Ciências Biológicas e de Saúde 15.96 %.
- Magistério Primário 14.63 %
A taxa de absorção, ou seja, a relação entre a oferta e a procura na UMN foi de 25.55 %.
A adopção do exame único de acesso permitiu diminuir a pressão sobre os candidatos porquanto no anterior modelo um único candidato era submetido a vários exames. Os candidatos do Namibe ou da Huíla não precisaram de se deslocar de uma província a outra e vice-versa para realizarem os respectivos exames.
INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA E PÓS-GRADUAÇÃO NA UMN
Na área da investigação científica e pós-graduação tenho a referir que, esta área, assim como, os serviços técnicos e científicos dos diversos campos da cultura (ciência, arte, tecnologia, crença e tradições) são de suma relevância e jogam um papel importante no desenvolvimento de um ensino superior de qualidade.
A investigação científica tem a missão de incidir, de forma efectiva, no desenvolvimento económico e social das nações mediante contribuição no processo de criação científica e inovação tecnológica.
Os nossos programas nesse domínio devem estar particularmente virados para o desenvolvimento de competências profissionais e pessoais alinhados com a vocação e com o potencial agro-industrial e mineiro da região, por formas a contribuir para o processo de diversificação da economia, no aumento das fontes de receita, ajudar a erradicar a fome e a pobreza, geração de empregos e renda, solução dos demais problemas sociais, económicos e ambientais da região, em particular e do país em geral.
Este papel da ciência e da tecnologia como factores de desenvolvimento e de renovação do ensino superior é reconhecido pela UNESCO, ao assinalar que, cada instituição universitária deve ser “uma comunidade dedicada plenamente a investigação, a criação e a difusão do conhecimento, ao progresso da ciência e que participe no desenvolvimento de inovações científicas e tecnológicas”.
Diante do cenário actual, a criação de Centros de Estudos e Investigação Científica em todas unidades orgânicas que conformam a UMN e em outras Instituições de Ensino Superior da nossa região, a criação de cursos de especialização e mestrados a médio prazo, assim como, o desenvolvimento de programas de doutoramento, a longo prazo, são desafios que devemos aceitar.
Devemos igualmente encontrar os meios capazes de aferir e assegurar a qualidade dos cursos que no futuro, serão ministrados nas nossas instituições. Assim, responderemos as orientações e preocupações de Sua Excelência Senhor Presidente da República e Chefe do Executivo, Engº. José Eduardo dos Santos quando se refere a “Revolução qualitativa” que devemos dar no subsistema de ensino superior.
CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
Alguns passos foram dados nesta direcção, a Faculdade de Direito da UMN, ministra em colaboração com o Centro de Pesquisa em Políticas Públicas e Governação Local da Faculdade de Direito da UAN, o mestrado em Governação e Gestão Pública.
A Faculdade de Economia remeteu ao órgão de tutela, para homologação, a proposta de criação dos mestrados em Contabilidade e em Empreendedorismo e Desenvolvimento.
Com o funcionamento destes cursos de pós-graduação, marcaremos mais um passo rumo à excelência que muito desejamos.
CORPO DOCENTE
Para dar seguimento a estas ingentes tarefas, a UMN conta actualmente com um corpo formado por 228 docentes, dos quais 106 em Regime de Tempo Integral (46,49 %) e 122 docentes em Regime de Tempo Parcial (54 %).
Do corpo docente acima referenciado, 15 possuem o grau académico de doutor (7 %), 85 com o grau de mestre (37 %) e, 130 o grau de licenciado (57 %). Verificamos que apenas 43 % do corpo docente da UMN possui diferenciação académica.
Não podemos deixar de assinalar aqui a enorme contribuição prestada nas diversas áreas do conhecimento, pelos 114 docentes cubanos que, no quadro dos acordos específicos entre o Executivo Angolano e o Governo de Cuba, emprestam a sua inteligência e saber abnegado na formação dos recursos humanos necessários ao desenvolvimento socioeconómico, cultural e sustentado da região académica VI e do país em geral.
Diante deste quadro, a profissionalização do corpo docente constitui uma preocupação do órgão de gestão da UMN e dos órgãos de gestão das suas unidades orgânicas.
Devemos melhorar a prestação do serviço docente através da utilização dos métodos e técnicas da didáctica contemporânea, introduzindo o curso de Agregação Pedagógica, bem como apoiar e estimular a formação pós-graduada no exterior e a nível do país, elaborando anualmente, um Plano Previsional de Formação Pós-graduada que será remetido ao órgão de tutela para posterior encaminhamento ao INAGBE.
Entretanto, outras janelas que se abrem no quadro dos diferentes acordos de cooperação específicos que o nosso país mantém com outros países e Instituições, devem ser, de igual modo, melhor aproveitadas.
Devemos de maneira paulatina realizar a integração à docência, às outras duas variáveis que caracterizam os processos universitários, isto é, integrar a investigação e a extensão ao processo docente educativo.
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
Em relação aos processos de gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros, o momento é difícil, porquanto a actual crise derivada da queda do preço do petróleo, tem provocado a diminuição acentuada dos recursos financeiros alocados as unidades orçamentadas.
Esta situação se reflecte na dinâmica e funcionamento da nossa instituição, influencia na ausência de concursos públicos de acesso e ingresso, assim como, nos processos de formação contínua dos técnicos e pessoal de apoio
Diante da situação, somos chamados a fazer uma gestão parcimoniosa dos recursos e património colocado a nossa disposição.
Apesar das incongruências conjunturais, para a prossecução dos objectivos traçados, a UMN tem contado, para além do corpo docente, com o trabalho abnegado de 272 funcionários não docentes, sendo 183 em Regime de Tempo Integral e 89 funcionários eventuais. Estes recursos humanos, formados por docentes e não docentes, têm sido capazes de ver o valor do seu trabalho no nosso contexto, bem como, no global.
Ainda no dominio da gestão, julgamos como medida interna, ser oportuno reforçar o papel e o funcionamento dos órgãos colegiais da universidade e das unidades orgânicas tais como: os Conselhos de Direcção, Conselhos Científicos e Pedagógicos, para que, tão logo se aprove a legislação aplicável, façamos funcionar o Senado e a Assembleia da Universidade.
A fórmula é associar o ensino à investigação científica, para tal torna-se necessário dotar a universidade e demais IES dos apoios e incentivos para a prossecução da missão a elas confiadas, reconhecendo o papel e sua importância, bem como, o papel e importância das Instituições de Investigação e Desenvolvimento, como bases do conhecimento técnico-científico e do desenvolvimento socioeconómico e cultural sustentado.
No nosso caso, o êxito para assegurar o funcionamento integral da UMN, requer a existencia de recursos humanos, materiais e financeiros. Por exemplo, dotar a universidade de infraestructuras próprias e adequadas para suportar o ensino e a investigação científica, poderá aumentar o número de vagas e atender melhor a demanda dos jovens que procuram ingresar no ensino superior.
Outro factor não menos importante é a estabilidade que depende da coesão de todos intervenientes, da estreita observação das normas da disciplina laboral e do cumprimento das responsabilidades que estão acometidas a cada um de nós.
Os progressos a obter, configuram os objectivos estratégicos da UMN, definidos no seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), cuja actualização demos início e em momento oportuno deverá ser submetido à apreciação e contribuições da comunidade académica.