UMN

Economista incentiva Executores de Políticas Económicas a serem perpicazes nas decisões

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Prof. Doutor Samuel Candundo

A actual conjuntura económica que o país vive esteve em análise numa palestra subordinada ao tema - Os Desafios e as Oportunidades que as crises proporcionam aos decisores e executores de políticas económicas. A iniciativa da Universidade Mandume Ya Ndemufayo se enquadrou no leque das actividades programadas para saudar o dia 31 de Maio, data em que o Lubango ascendeu a categoria de Cidade, e juntou no Auditório nº 2 da Reitoria da Instituição, Titulares dos Órgãos Executivos de Gestão da UMN e de outras instituições de Ensino Superior Públicas e Privadas, Directores de Instituições Governamentais sedeadas na Província da Huíla, representantes de empresas do sector público e privado, docentes, estudantes e convidados em geral.

Foi palestrante o Professor Doutor Samuel Candundo, economista e Vice-Decano para os Assuntos Académicos do Instituto Superior Politécnico da Huíla, que enquadrou o tema em três vertentes.

Inicialmente fez uma abordagem sobre o enquadramento teórico da engrenagem económica que produz os ciclos económicos, no qual enfatizou os factores que determinam as ascensões e os declínios dos ciclos económicos.

No segundo ponto, abordou o momento actual da economia angolana e as medidas que vêm sendo tomadas para inverter o fraco desempenho da mesma. Segundo o economista, em termos cíclicos, a economia angolana está em fase descendente, ou seja, a crescer muito pouco, indica-se abaixo dos 2% durante o primeiro trimestre. Salientou entretanto, que a mesma não está ainda em recessão, ou seja, o ciclo descendente não passou de zero. Apresentou como razão deste crescimento descendente a redução significativa da fonte de receitas da economia, decorrente da dependência do país numa única fonte de receitas fiscais e cambiais, neste contexto o petróleo, cuja queda do preço no mercado internacional em mais de 65% desde Junho de 2014, faz com que o país se visse desde então em dificuldades para financiar a economia e ao mesmo tempo sem disponibilidades cambiais para importação de serviços e bens, capazes de proporcionar o crescimento necessário para a dinamização da economia, como vinha acontecendo e, por consequência desse factor, a moeda nacional vem perdendo o seu valor face ao dólar americano e outras divisas.

O foco central da palestra direcionou-se para a abordagem sobre a tomada de decisões tendentes a transformar a estrutura económica de Angola, dependente de uma matéria-prima não renovável, que considerou ser o maior desafio que a sociedade angolana enfrenta no momento.

Além de apresentar as medidas que têm sido tomadas para inverter o quadro de crise como por exemplo a priorização de políticas visando a diversificação da economia ou ainda os Investimentos em projectos de produção agrícola, fez um apelo para que as lideranças reconfigurem os projectos, no sentido de fazerem mais com o pouco, racionalizando ao máximo os gastos, eliminando os gastos supérfluos.

O Economista sugeriu aos decisores que procurem encontrar alternativas de financiamento quer das despesas, quer de capital, dando como exemplo, as plataformas internacionais que financiam projectos de aumento de capacidade institucional, projectos de investigação e projectos de capital, desde que o Estado garanta a dívida;

Prestou particular atenção à formação de quadros, tendo sugerido que se desenvolvam acções que permitam a realização da prestação de serviços de consultoria, criação de novos produtos, acções de formação de curta e média duração e a criação de cursos profissionalizantes, que incentivem a formação de quadros.

Propôs ainda que os tomadores de decisão façam o "lobby" junto dos órgãos competentes do Estado no sentido de se equacionar formas de comparticipação nas despesas por parte do estudante, de formas a minimizar o ónus do Estado, através de esquemas de empréstimos bancários garantidos pelo Estado, reembolsáveis pelos beneficiários, logo após o termo da formação.

Na visão daquele académico, é necessário que se incentivem acções de formação, quer do corpo docente, como do pessoal não docente, de formas a aumentar a produtividade dos funcionários, para que no médio termo possamos ser mais eficientes nos nossos afazeres profissionais, pois em seu entender «a produtividade tem que crescer mais que o rendimento, sob o risco de nos tornarmos menos competitivos», disse.

Concluiu chamando atenção para que em momentos de crise todos sejam perspicazes nas decisões pois é nestes momentos que se deve mostrar frieza e destreza para conduzir as organizações ou as famílias para uma situação de equilíbrio, com iniciativas que minimizem as dificuldades e revertam o ciclo.

 

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